O Talho não é um simples restaurante onde se come carne.

O Talho do Chefe Kiko é um restaurante que já tem 9 anos, mas que nunca fica desatualizado. Antes pelo contrário, o chefe acaba de fazer uma série de alterações quer no espaço, que ficou (ainda) mais confortável, como na carta e nós claro que tivemos de ir experimentar.

Foi em êxtase que vivi esta visita ao Talho do Chefe Kiko, pois não é todos os dias que se tem o prazer de uma visita guiada pelo chefe, tanto na loja “butchers” como até à cozinha. Pois uma das melhores coisas deste restaurante, é a possibilidade de comprar algumas das coisas que provamos na refeição e trazer para cozinhar em casa. Sejam os hambúrgueres, feitos com boa carne, sem aditivos ou mesmo os croquetes. A loja está aberta diariamente e pode ser visitada, mesmo por quem não vá almoçar ou jantar ao restaurante.

Ficámos ao balcão, perfeito para quem está sozinho ou não quer perder pitada daquilo que se passa no bar e na cozinha.

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O gráfico de uma foodie

Uma refeição é uma experiência sensorial com vários atos. Embora o paladar seja o principal sentido usado, não deve ser descurada a importânica do olfato e da visão na equação. Num segundo plano, podemos dizer também, que o tato e mesmo a audição, influenciam a experiência durante a refeição. Foi assim que nasceu “O gráfico de uma foodie”, uma forma de vos retratar com uma imagem, as sensações ao longo de toda a experiência gastronómica – porque um prato pode ser bom e estar extremamente bem confecionado e ainda assim não ser o mais indicado naquele momento da refeição.

Deixo-vos aqui com o gráfico d’O Talho e o relato do que foi a experiência:

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Para começar ofereceram-nos o Gin Tónico – estrela d’O Talho e para mim o Pisco Sour, o melhor cocktail d’A Cevicheria.

No couvert, chegou à mesa uma manteiga de cogumelos trufada em forma de porquinho, acompanhada de um maravilhoso presunto, o romesco caseiro feito com beringela e amêndoas, focaccia e papadum (uma massa fina tradicional indiana).

Todos os dias, o amous bouche varia, tendo em conta a oferta de produtos da loja – nós provámos o croquete de presunto de pata negra, que nos fez ansiar pelo continuar da refeição.

Nas entradas, há que provar os famosos croquetes de cozido, receita da mãe do chefe, que se mantém inalterada desde o início, acompanhados de uma maionese de chouriço. Pois impressionante é sentir todas as dimensões de um prato, tão típico português, numa única dentada e em formato de croquete.

Depois os mini hambúrgueres de picanha da Argentina, com escabeche de cebola roxa e wasabi, os sabores asiáticos que tornam fantástica esta experiência. Já a tempura de asa de frango, feita com uma mistura crocante, que inclui pólen e sementes de sésamo, elevou-as a outro nível.

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Acompanhámos o primeiro prato, com o vinho branco ‘A Cevicheria’, que resulta de uma parceria com a Quinta do Monte D’Oiro, em Alenquer. Um vinho frutado, com notas ácidas, ideal para acompanhar aquele que foi o meu prato preferido da noite: o Beijinho Coreado, com legumes, cogumelos, uma bolinha de arroz e kimchi. Segundo o chefe, dão preferência a uma parte da carne, que normalmente não é tão usual, que após cozinhada é então desfiada. Sentem-se todos os sucos e desfaz-se automaticamente a cada garfada – os restantes elementos do prato combinam na perfeição.

Depois veio o borrego Tandoori, em que a carne é apresentada com dois cortes e formas de cozinhar distintos, o molho de iogurte e o toque precioso do chutney de maçã a acompanhar com umas lentilhas, temperadas com lima e o pão naan. Este prato acompanhámos com o vinho tinto ‘O Talho’.

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Para finalizar, chegou a minha parte favorita de (qualquer) refeição: as sobremesas. O mil folhas de doce de leite e gelado de açaí manteve a fasquia alta, mas foi o brownie de chocolate e semi frio de avelã que mais surpreendeu. Esqueçam as vossas ideias pré concebidas do que é um brownie, pois não é o tradicional que vão encontrar. O bolinho de chocolate denso e o forte sabor a avelã a destacar – foi fantástico.

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